Uma paulistana passando uma chuva que não passa no Planalto Central. Terça-feira, 22 de março de 2011. Sexta-feira, 11 de março de 2011. Assumi minha identidade neocandanga e comprei uma bicicleta. Quinta-feira, 10 de março de 2011. Tirei umas longas férias desta gavetinha.

Terça-feira, 8 de agosto de 2017. Lisboa me soou familiar, como uma tia que visitava na infância, com seus doces gostosos, sua casa velha, os crochês sobre as mesas e poltronas. A comida cheirosa servida em pratos antiquados, o vinhos em taças inapropriadas e o som dos parentes a conversar sobre os velhos tempos. Lembrei também de Porto Alegre, onde eu nasci, e mais ainda de Imbituba, cidade onde escolhi viver, quase sem querer. Quarta-feira, 4 de novembro de 2015.

Domingo, 31 de agosto de 2014. O vinho trouxe-lhe um calor inesperado. Horas aguardando pelo homem, o seu, que teimava em não voltar. A sensualidade querendo escapar das roupas de inverno, que lhe cobriam o corpo. As mãos, trêmulas, alcançaram seu sexo cansado da espera. Ao final, um coração acelerado e a mais íntima das alegrias. Nãoum vinho, entre boas fantasias. Ocorreu um erro neste gadget.

Eu sei o que você pensava quando me flagrava te olhando ao longe naquele outono. Não pensava errado, mas nem totalmente certo. Eu tinha ali qualquer coisa de admiração, qualquer coisa de afeto, qualquer coisa de desejo de ser alguém na sua vida. A vida fica obviamente mais doce quando dividimos uma dose de açúcar. Não é poesia, é química.