Terça-feira, 24 de setembro de 2013. Sexta-feira, 30 de agosto de 2013. Meus cigarros tem se acabado rapidamente. Duram menos que o tempo de pensar naquilo que, entre nós, teria sido verdade. Mas a verdade não existe. E a única realidade que tenho de ti é o vício ao qual me devolveu. Domingo, 25 de agosto de 2013. Tenho sido um animal faminto, mas se recusas a me alimentar. E se provo outra carne, me saciarei de ti? Não há.

E são raras as manhãs em que ela me acorda. Separo as pálpebras descrente de quem me chama, perplexidade admirada, ainda que à espera de alguma razão que explique o porquê de não ter despertado antes. Minha culpa apaixonada, tem café. Poucas vezes me pego em dúvida, sei que gosta de mim. Tenho certeza quando fala comigo na mesma voz com que ela fala com o cachorro. Não vou deixar a maldade do mundo me acometer.

O passado, presente e futuro é uma fagulha incerta no meio da escuridão. 5 de Abril de 2014. Numa estante de canto, simplória e feita de madeira, existia uma pequena boneca com toda sua imensa fragilidade de cristal. Sua beleza era incomparável, tanto que a tal jamais fora considerada um brinquedo e sim, uma obra de arte. Uma obra-prima de um artista há muito falecido. O carinho foi perdido quando aquele ato infantil foi percebido. O pai ensinou-a a nunca mais tocar na boneca de cristal.